Lê-se no Publico online (
Pergunta do exame de Biologia pede algo que não é possível, afirma associação de professores) que a Associação Portuguesa de Professores de Biologia e Geologia discorda de um par de perguntas feitas num exame nacional de biologia. Em questão está, e passo a citar, "a associação de processos de produção de ATP a mecanismos de hidrólise de polissacarídeos requerida suscita-nos muitas dúvidas científicas" e acrescena que "apesar dos processos catabólicos serem globalmente exoenergéticos, o processo solicitado (hidrólise de polímeros) não é possível de síntese de ATP".
Cá está. Isto é realmente um aspecto fundamental de discórdia entre a associação e o Ministério da Educação que preparou o exame! Eu estaria muito mais preocupado com a quantidade de inutilidades que fazem a juventude decorar. Digam-me lá: em que medida é que este conhecimento é importante para um futuro estudante universitário? Ou para um futuro empregado?
Arriscaria dizer que de todos os alunos que frequentaram esta prova, e estou a falar em números absolutos, se houver 2 que num futuro a 30 anos estiverem a trabalhar com polissacarídeos vai ser uma sorte. E nessa altura, se tiverem dúvidas, não vão certamente dizer "em boa hora estudei isto quando tinha 18 anos". Não! Vão à wikipedia como faz qualquer pessoa que estude ou trabalhe.
E o problema não é da Biologia. É um problema transversal a [quase] todas as disciplinas que se leccionam tanto no secundário como nas faculdades: inúteis.
Ponham mas é os jovenzinhos a desenvolver a capacidade de raciocínio, de lógica e de linguagem porque lhes vai ser muitíssimo mais útil no futuro, do que a decorar os processos catabólicos da síntese do ATP!